quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Memória_Entrevista com Lilian Celiberti, da Articulación Feminista MARCOSUR

Grupos feministas se alistan para participar del Foro Social Mundial
Nota publicada na Agencia Pulsar
09/01/2009

La coordinadora de la Articulación de Organizaciones Feministas MARCOSUR, Lilian Celiberti, valoró los avances en la incorporación del feminismo a las discusiones del Foro Social Mundial (FSM).


En conversación con el Foro de Radios, Ciliberti señaló que "son los propios participantes los que reclaman si ven un panel donde sólo hay hombres" en el FSM.
También indicó que el FSM ha avanzado en la valoración de los liderazgos de las mujeres al interior de cada movimiento.
Celiberti afirmó que la inclusión equitativa de hombres y mujeres en todos los espacios y debates es un desafío del próximo Foro Social Mundial de Belém do Para, en Brasil, entre el 27 de enero y el 1º de febrero.
La militante adelantó que para el próximo Foro se reeditarán las conversaciones entre organizaciones de mujeres en los llamados "Diálogos Feministas".
Celiberti expresó que la campaña "Tu boca es fundamental contra los fundamentalismos" será un eje para las organizaciones de mujeres.(PÚLSAR)

Audios disponibles:

Lilian Celiberti, Articulación de Organizaciones Feministas MARCOSUR. (cultura política) Clique aqui.

Lilian Celiberti, Articulación de Organizaciones Feministas MARCOSUR. (ejes en el FSM) Clique aqui.

Lilian Celiberti, Articulación de Organizaciones Feministas MARCOSUR. (feminismo en el FSM) Clique aqui.

Memória_Mulheres indígenas pedem resgate do campo para produção de alimentos

Mujeres indígenas piden rescatar al campo para producción de alimentos
Nota publicada na Agencia Pulsar (http://www.agenciapulsar.org/nota.php?id=14366)
31/01/2009


Grupos de mujeres indígenas presentes en el Foro Social Mundial instaron a rescatar al campo para la producción de alimentos.

Reunidas en la “Carpa de los Pueblos Originarios”, mujeres indígenas mapuches, aymaras, quechuas y mayas expusieron las causas de sus problemas para proveer de alimentos a sus familias.
Las mujeres concluyeron que las comunidades indígenas sufren la erosión del campo a causa de la apertura de minas a cielo abierto y por la escasez de agua por la extracción indiscriminada de las empresas embotelladoras.
Además, lamentaron y denunciaron la introducción de transgénicos o la introducción de alimentos procesados caros a sus comunidades.
Francisca, mujer indígena de Guatemala, hizo un llamado al mundo a través del Foro Social Mundial para que no se consuman alimentos procesados y se siga consumiendo los alimentos que consumía los antepasados.
“Nos va a costar un montón rescatar los alimentos, pero unámonos y digamos al mundo que sí es posible cambiar”, expresó Francisca.(PÚLSAR)




Memória_Mulheres amazônicas com toda força no FSM

Mulheres amazônicas com toda força no FSM
Nota publicada na Agencia Pulsar ( http://www.brasil.agenciapulsar.org/nota.php?id=4138)
28/01/2009



Em entrevista à Pulsar Brasil, a coordenadora da ONG Fase na Amazônia e militante feminista Graça Costa falou sobre a presença das mulheres no Fórum Social Mundial.

Graça disse que a luta contra a violência à mulher e a valorização do trabalho feminino são assuntos certos na pauta de mulheres em Belém.
Mas a conexão com a problemática amazônica será feita. "As mulheres amazônicas estão muito envolvidas em iniciativas socioambientais e econômicas na perspectiva da preservação de recursos naturais", disse ela.
Apesar de a perspectiva feminista já ter força no debate amazônico,Graça Costa acredita que ainda são necessárias alianças para incluir certos segmentos da luta feminina.
"Ainda precisamos buscar alianças para plataformas que unifiquem a luta do movimento feminista mais consolidado na Amazônia com a luta das mulheres indígenas, extrativistas e quilombolas", afirmou. (pulsar)

Audios disponíveis:

Graça Costa, da ONG Fase, explica a agenda das mulheres no Fórum Social Mundial
clique aqui

Graça Costa, da ONG Fase, fala dos limites e possibilidades do movimento de mulheres na Amazônia
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Memória_Feministas defendem legalização do aborto no FSM

Feministas defendem legalização do aborto no FSM
Nota publicada na Agencia Pulsar (http://www.brasil.agenciapulsar.org/nota.php?id=4162)
01/02/2009


O movimento feminista mostrou forte presença no Fórum Social Mundial. Mulheres de diversas entidades e articulações colocaram em debate temas como a violência, direito a serviços básicos, e a polêmica legalização do aborto.


Mauricéia, do Centro de mulheres dos Palmares, diz que o lema das mulheres é «trabalhar em conjunto e buscar igualdade na sociedade para todas.»
As feministas procuraram diologar com todos os movimentos na busca de ampliar a defesa de suas causas. Comungando com essa opinião, o sociólogo Boaventura de Sousa Santos defendeu que a luta pela legalização do aborto não é uma luta das mulheres e sim de toda a sociedade.
A declaração foi provocada pela ação feminista da Frente contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do aborto durante o painel “Terra de Direitos, Justiciabilidade dos Direitos Humanos e a Democratização da Justiça”, realizado no dia 28.
Para completar, Boaventura afirmou que qualquer que seja a luta social " é possível justicializar em prol de aquisição de direitos, mas sempre numa ação articulada com os movimentos políticos populares."
Para representantes da Articulação de Mulheres Brasileiras, a maior dificuldade enfrentada na luta pela legalização do aborto é a pressão dos setores religiosos.

Memória_ Alerta sobre a situação de aborto legal no Brasil.

Organizaciones cuestionaron la persecusión de mujeres por abortar
Nota publicada na Agencia Pulsar (http://www.agenciapulsar.org/nota.php?id=14354)
28/01/2009


La Articulación Brasileña de Mujeres y el Foro de Mujeres de la amazonia paranaense alertaron sobre la situación legal del aborto en Brasil. Fue durante el primer día de actividades del Foro Social Mundial.

La Articulación Brasileña de Mujeres recordó que el aborto es autorizado en Brasil luego de la práctica del estupro y cuando corre riesgo la vida de la mujer embarazada.
La red de organizaciones de mujeres indicó que fuera de esas circunstancias, la práctica del aborto en este país es considerada un crimen.
Señalaron también que hubo situaciones en las que fichas médicas de los abortos de mujeres fueron recogidas de los hospitales para reconocer a esas mujeres en la plaza pública.
Además, manifestaron su preocupación ante la llamada “CPI”. Se trata de una investigación del Congreso Nacional de Brasil para identificar a las mujeres que practicaron un aborto.
La iniciativa busca reconocer a las mujeres para luego iniciar acciones legales contra ellas.
La Articulación Brasileña de Mujeres rechazó la situación en la que las mujeres deben practicar abortos clandestinos.
Además, alertó sobre el dinero destinado en los hospitales para atender abortos clandestinos mal practicados.
Los movimientos reunidos exigieron el reconocimiento al aborto legal, seguro y gratuito, y repudiaron la criminalización de las mujeres que interrumpen sus embarazos.(PÚLSAR)

Escute aqui os audios da entrevista.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Maternidade é opção, não obrigação

A ação feminista da Frente contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do aborto no FSM 2009 provocou declaração do sociólogo Boaventura de Sousa Santos durante o painel 'Terra de Direitos, Justiciabilidade dos Direitos Humanos e a Democratização da Justiça', realizado na última quarta (28).

No debate, organizado pela Rede Nacional de Advogados Populares, CPT e Terra de Direitos, militantes da Frente feminista denunciaram o uso de conteúdo fundamentalista religioso nas sentenças de magistrados brasileiros em casos de aborto. As feministas citaram como exemplo o indiciamento de mulheres de Mato Grosso do Sul, em 2008, no qual foram vasculhados pela polícia, e sem ordem legal, mais de nove mil prontuários de uma clínica sediada em Campo Grande.

Neste e em vários outros casos ocorridos no Brasil e em outros países da América Latina pode-se perceber a ofensiva de setores conservadores ligados a diferentes igrejas, com capacidade de influenciar o Estado nos diferentes níveis e órgãos de governo, assim como no Judiciário e no Legislativo. No Brasil, a ação de alguns parlamentares e juízes, além de policiais e outros servidores públicos, tem afrontado a opção constitucional pelo Estado laico e, a cada dia, vem aprofundando a criminalização dos movimentos sociais.

Frente a este contexto, Boaventura Sousa Santos defende que é preciso associar a luta política dos movimentos sociais com iniciativas junto ao Judiciário, de forma que os movimentos saiam da posição de 'réu' para uma ação que contribua para alterar o senso comum dos operadores do Direito. Durante o painel, o sociólogo lançou algumas questões, tais como: porque os movimentos sociais têm tanta dificuldade de ir ao Judiciário, de compreender o Judiciário como um dos poderes com capacidade para efetivar direitos, assim como para inviabilizar sua efetivação? Para ele, o que tem prevalecido nos movimentos sociais é a tendência de 'desconhecer' a possibilidade de iniciativas junto ao Judiciário como parte da estratégia de ação política. Mas, segundo ele, é necessário atuar com uma estratégia jurídico-política, reinventando a leitura sobre o que está nas leis, por meio da formulação de novos conceitos, criando outros universos jurídico-políticos.

Reinventar o Direito a partir da luta política seria uma das estratégias voltadas para a efetivação de direitos não institucionalizados, aproveitando o que ele chamou de 'janelas de oportunidade'. Para Boaventura Sousa Santos, qualquer que seja a luta social é possível justicializar em prol de aquisição de direitos, mas sempre numa ação articulada com os movimentos políticos populares. Se de um lado ele afirma que o Direito deve ser um instrumento de justiça social; de outro, reconhece tratar-se de um instrumento que disfarça seu caráter político pela própria autonomia em relação aos demais poderes, pela elitização das ciências jurídicas e por um discurso de manutenção de privilégios das elites.

Para Sousa Santos, dentro das lutas populares é preciso ver que conflitos aparentemente individuais podem se tornar causas coletivas, para que assim seja possível criar estratégias jurídicas que tenham relação e se adequem à estratégia do movimento social no enfrentamento das desigualdades. 'Não há porque fazer uma divisão entre as discussões sobre Direito e a luta política. De fato, o que não se pode fazer é acionar a Justiça sem a mobilização social', destacou.

Todas as frentes
Em relação à criminalização das mulheres que praticaram aborto, Boaventura Sousa Santos citou o caso de Portugal, onde também houve confronto com a Igreja e o senso comum. Lá, a estratégia jurídico-política explorou as contradições da sociedade em relação ao aborto: se setores conservadores estigmatizaram jovens pela prática do aborto, a movimentação social em defesa da legalização atuava trabalhando com depoimentos das jovens, o que terminou por propiciar mais espaços na mídia.

Frente ao senso comum e à ação articulada de setores conservadores, Boaventura salientou que a legalização do aborto não é uma luta das mulheres e sim de toda a sociedade, de todos os movimentos sociais. Além de reforçar a noção de problema coletivo, ele ressaltou que legalizar o aborto não é uma luta secundária. Para ele, todas as questões de todas as lutas são importantes, até porque o Capitalismo age em todas as frentes. Diante desta e de outras crises, o Capital está sempre se reposicionando. Cabe aos movimentos também atuar em todas as frentes, todas as possibilidades.

Frente contra a criminalização das mulheres e pela legalização do abortoContatos: (pela Articulação de Mulheres Brasileiras) Silvia Camurça (81) 91037664

Tribunal de Mulheres contra a exploração capitalista patriarcal

Publicado na Ciranda.net
sexta-feira 30 de janeiro de 2009 [Publicado em: http://www.ciranda.net/spip/article2648.html]
Pescando, quebrando coco, descascando mandioca, empregadas domésticas... a superexploração das mulheres sem direitos humanos

Terezinha Ferreira

Elas garantem o sustento de suas famílias, além de cuidar dos filhos, dos idosos, e também da comunidade, organizando-a, lutando por melhorias, preservando os recursos naturais.
E ainda são discriminadas por isso. Mulher pescadora? "Mas você não tem cara de pescadora", foi a resposta ouvida pela trabalhadora da pesca, do funcionário do INSS, quando foi lá em busca de seus direitos, limpa e vestida com roupa de domingo.

Quem contou essa história foi Martilene (Ceará), da Articulação Nacional de Pescadoras, no 5º Tribunal de Mulheres, organizado pela AMB - Articulação de Mulheres Brasileiras, no Fórum Social Mundial. Além delas trabalharem no beneficiamento,na cadeia de produção da pesca, existem muitas mulheres que pescam no mangue, no cultivo de ostras ou lagosta.

Esses trabalhos não são reconhecidos como tal, pois a pesca é considerada atividade masculina. As mulheres são discriminadas não só pelo poder público, mas também pela sociedade e até pelos seus representantes sindicais, "os presidentes das colônias não ajudam", diz Martilene. "As marisqueiras querem ser reconhecidas como pescadoras e as que trabalham no cultivo de ostras ou lagostas querem ter o direito ao seguro defeso no periodo sem produção.

A questão da saúde é outro agravante, pois falta atendimento para as doenças profissionais causadas pela vivência na lama - atrofia nas mãos, problemas de coluna, câncer no útero. Segundo a pescadora, na Bahia a luta está mais adiantada e as marisqueiras já conseguiram o reconhecimento de algumas doenças típicas.

Outras bandeiras fazem parte de suas lutas: contra a violência doméstica, contra a transposição do Rio São Francisco, contra o avanço da carcinicultura (criação de camarões em viveiros). Esta última é das mais importantes lutas, pois a carcinicultura acaba com as comunidades, contamina a agua dos rios, destrói o meio ambiente, e a produção é toda para a exportação. Elas lutam ainda contra o turismo de massa, pois os grandes empreendimentos construidos para isso desestruturam suas vidas, levando para as comunidades a droga e a prostituição. Elas querem turismo sustentável e continuar garantindo o sustento de suas famílias como pescadoras artesanais.

Super exploração no campo
"Quem descobriu e criou a agricultura foram as mulheres, observando a natureza e o seu corpo", como falou Adriana, da direção nacional do MMC - Movimento de Mulheres Camponesas. E as mulheres no campo continuam com muito conhecimento, preservando as sementes criolas, as ervas medicinais.

Entretanto, também aqui esse trabalho não é reconhecido, testemunho da lider gaúcha. "O trabalho de reprodução da vida é chamado de serviço, não é considerado trabalho", diz Adriana. "A produção do auto-sustento da família, com pequenos roçados, hortas, não são contabilizados; quanto dinheiro custaria se fossemos comprar todos os dias esses alimentos para o café, o almoço e o jantar?"

A violência contra a mulher é outra questão séria, por ser menos denunciada no meio rural, segundo Adriana. E com o avanço dos monocultivos, a situação se agrava. "A produção concentrada de soja, eucalipto, laranja e agora mais cana para o etanol vem destruindo nossa vida, empobrece cada vez mais a todos, mas é pior para as mulheres, com o aumento da prostituição e muita exploração sexual de meninos e meninas, até dentro das grandes lavouras".

Exploração e criminalização de lutas e movimentos, ausência total de direitos. A situação é a mesma entre as quebradeiras de coco e outras trabalhadoras extrativistas. "Nossa luta é voltada para a segurança alimentar, nutricional de toda a família", fala Maria Adelina (Dada), maranhense do Movimento Nacional de Quebradeiras de Coco. "Estamos produzindo para alimentar o nosso povo, mas isso não conta porque não mexe no PIB, então não tem nenhuma importância".

Segundo Dada, "a violência maior é a negação dos nossos direitos pelo poder público", agravada com o incentivo da plantação de canadeaçucar, para a industria do etanol, como vem acontecendo no Maranhão, com projeto do governo.

Do extrativismo à prostituição
A superexploração em nome do desenvolvimento lista denúncias do Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia (MAMA), Movimento de Mulheres do Nordeste do Pará e outras neste movimentado Tribunal.

"Sem seguro, carteira assinada e nenhum acesso à saúde, e as parteiras tradicionais contribuem muito", como diz Socorro Papola, do MAMA, "e o povo brasileiro desconhece essa realidade". A invasão de grandes barcos pesqueiros e outros empreendimentos, como os da Petrobrás acaba com a vida das mulheres. "A populaçao do Alto Solimões está contaminada com várias doenças, e em toda a região aumenta a prostituição infantil, onde estão envolvidas figuras do poder público, como o prefeito de Quari".

No Pará, a situação é a mesma. Em torno de grandes projetos como a Hidreletrica de Tucuruí, Grande Carajás, Albrás e outros, as mulheres são superexploradas em nome do desenvolvimento. Além da prostituição ser uma das opções que sobra para as mulheres, nas fábricas de frango, castanha, é comum o assédio sexual e o controle da menstrução, denunciado apenas nas reuniões de mulheres. A luta por creche é outra causa importante aqui.
Região predominantemente extrativista é desarticulada pelo agronegócio, que muda completamente a vida das mulheres e seu modo de produção. Nessa região do Pará, as mulheres trabalham com pedra,onde perdem suas digitais e levam já seus filhos para ajudar a encher mais rápido a lata ou o carro de mão.

Descascando mandioca, cada caixa cheia vale 1 real. Plantando capim para o gado exportável, as mulheres trabalham de sol a sol, recebendo uma diária de 7 reais; a dos homens vale o dobro,14 reais. Elas acordam 4h da manhã para fazer o almoço, vão para a roça, voltam para fazer a janta e lavar roupa, muitas vezes levam as crianças escondidas para ajudar.

Até as agentes de saúde estão sem condições de trabalhar, tendo de comprar papel e caneta, não receberam o salário de dezembro e se alguém considera baixa sua produção, são obrigadas a sair. Outras funcionárias públicas também são superexploradas, como as professoras, obrigadas a ensinar quatro séries na mesma sala, com baixíssimos salários e nenhuma saúde.

Denunciar para quem? é a pergunta que essas trabalhadoras se fazem. Delegacia da mulher não existe, os homens justificam os estupros dizendo que as mulheres é que provocam. Como diz a paraense Nilcilene, "na década de 80, na renovação dos sindicatos, a participação das mulheres foi fundamental; mas elas foram afastadas dos espaços político sindicais". Enquanto isso, empresas como a Natura dão novo nome à exploração capitalista: responsabilidade social, na verdade uma grande exploração do extrativismo na Amazônia, como o da piprioca.

Memória_o que saiu na mídia

Mulheres levarão suas propostas e denúncias para o FSM 2009
[Publicado em: http://www.recid.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1107&Itemid=1]

O Fórum Social Mundial (FSM) é um espaço de encontro e de troca de experiências de diversos movimentos sociais, organizações não-governamentais e entidades civis de todo o mundo. É pensando nisso que a Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB) participa ativamente de todas as edições do FSM.

O Fórum Social Mundial (FSM) é um espaço de encontro e de troca de experiências de diversos movimentos sociais, organizações não-governamentais e entidades civis de todo o mundo. É pensando nisso que a Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB) participa ativamente de todas as edições do FSM. Para a edição deste ano, que irá acontecer de 27 de janeiro a 1° de fevereiro, em Belém, cerca de 400 mulheres militantes de todo o Brasil estão sendo esperadas pela Articulação.

De acordo com a secretária executiva da AMB, Sílvia Camurça, as mulheres dos estados da região Norte e de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará serão as mais representadas devido aos interesses pelos assuntos discutidos no Fórum e pela proximidade do local onde ele será realizado. Segundo Sílvia, os estados das outras regiões levarão representantes, mas não organizaram caravanas por causa do custo da viagem ou por o movimento ainda não possuir uma forte mobilização, como aconteceu em alguns estados próximos ao Pará.
Em relação à participação das mulheres em fóruns e movimentos sociais, Sílvia afirma que elas sempre tiveram uma postura ativa. Entretanto, a secretária comenta que há uma preocupação em verificar se as mulheres estão efetivamente ocupando o mesmo espaço que os homens: "temos um cuidado para garantir a visibilidade das mulheres", comenta. Sílvia explica ainda que a intenção em ir ao Fórum não é para levar demandas, pois ela entende o FSM como um espaço de articulação e de intercâmbio de experiências entre as organizações. "Queremos acumular forças com os outros movimentos", comenta. Para Sílvia, é importante conhecer não só os movimentos de mulheres, mas também aproveitar a oportunidade para trocar experiências e criar decisões conjuntas com outros movimentos sociais.
Para esta edição do Fórum, a AMB levará denúncias e propostas para alianças com outros movimentos. Entre as atividades a serem realizadas, estão: "A ilegalidade do aborto ameaça a vida das mulheres", que será uma sessão de depoimentos contra a criminalização do aborto; "Tribunal de Mulheres Contra a Exploração Capitalista e Patriarcal", que abordará questões de exploração na área do trabalho; e discussões sobre as lutas socioambientais em áreas litorâneas e indígenas.

Os feminismos e as estratégias para o FSM [Ciranda.net]

Publicado em: Ciranda.net
Os feminismos e as estratégias para o FSM sábado 31 de janeiro de 2009
Os feminismos e as dinâmicas no processo e espaço do FSM foi tema de debate promovido por Diálogos Feministas. A diversidade de visões existentes no feminismo criam atuações variadas das feministas no FSM.
Terezinha Ferreira

A AMB - Articulação de Mulheres Brasileiras é uma das principais impulsionadoras dos Diálogos Feministas,organização integrada por 12 redes e organizações feministas de vários países. e faz parte da convocação da Assembléia de Mulheres, que ocorrerá no último dia do Fórum (1º de fevereiro), quando as posições das várias organizações feministas será explicitada.

Betânia Ávila, do SOS Corpo e também da AMB, nos falou sobre a importância deste momento estratégico. Para ela, "sintetizar as principais lutas das mulheres é reducionista", mas destaca a questão do emprego e renda, pois as mulheres estão em maioria no mercado informal, sem qualquer direito; a questão da previdência e da seguridade, que com esta crise agrava-se sensivelmente; a mercantilização do corpo da mulher que ganha novas formas, invadindo a vida cotidiana; a violência sexual que se mantém como um problema gravíssimo; e, por fim, temos o desafio de legalizar o aborto em toda a América Latina. "Em nosso continente, os governos ditos progressistas, socialistas, mas o aborto continua ilegal",diz ela. "Defendem o estado laico com um discurso formal, e na prática continuam subservientes ao discurso religioso, sobretudo católico".
"Não deve ser um modelo único a sair do FSM", opina Betânia. "A idéia é construir estratégias de luta e alianças diversas, que possam articular lutas desde a perspectiva local até a mundial". Podemos tirar uma estratégia coletiva e várias outras por segmentos".

A representante da Índia na mesa dos Diálogos, Nandita, diz que já se cansou de responder em seu país se não é perda de tempo as feministas participarem do FSM. "Nossa luta não é só contra o neoliberalismo, mas contra os fundamentalismos e o patriarcado. Nenhum mundo alternativo pode existir sem o feminismo, sem isso nenhum movimento social desafiará a globalização". Para isso, Nandita acha que "temos que nos unir, descobrir espaços nos movimentos maiores, temos que fazer parte e lutar”. Segundo a indiana, não é fácil participar do FSM: “as mulheres estão lá, reconhecidas por todas, mas estamos no poder?”

Parte do feminismo virou uma tendência com enfoque nos direitos humanos individuais. “O neoliberalismo reduz tudo à neutralidade de gênero, precisamos trazer de volta o feminismo que vai além de igualar homens e mulheres.

O que saiu na mídia dos movimentos sociais

Ciranda.net divulga declaração da Assembléia de Mulheres, que foi lida por Graça Costa (Fase-PA/Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense/AMB).

Não às nossas custas! segunda-feira 2 de fevereiro de 2009 Mulheres no FSM rejeitam continuidade do atual modelo produtivo porque as afeta diretamente ao aumentar o trabalho de reprodução e de sustentabilidade da vida
Por Rita Freire [publicado em: http://www.ciranda.net/spip/article2770.html]



Foto: Bárbara Ablas/Ciranda. Graça Costa apresenta a declaração da Assembleia das Mulheres no FSM

As mulheres não aceitarão que as tentativas de manter o sistema atual sejam feitas às suas custas. Esta foi a mensagem apresentada por Graça Costa, da organização FASE, como resultado da Assembléia final das mulheres realizada na manhã de 1. de fevereiro.
“As demissões em massa, o corte de gastos públicos nas áreas sociais e a reafirmação desse modelo produtivo afeta diretamente nossas vidas”, afirmou a oradora.

Este foi o Fórum em que as mulheres mais enfatizaram a relação entre a crise mundial e o modo como as sociedades patriarcais sonegam direitos às mulheres. “Nós feministas propomos transformações profundas e radicais das relações entre os seres humanos e com a natureza, o fim da lesbofobia, do patriarcado heteronormativo e racista”, dizem as manifestantes que exigiram também o fim do controle sobre seus corpos e sexualidade.

Outra preocupação das feministas reunidas em Belém está na situação das mulheres que vivem nas regiões de conflito armado e de guerra. Elas se solidarizaram especialmente com as palestinas e pediram o fim da guerra no Oriente Médio.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Assembléia de Mulheres FSM 2009_Veja mais fotos


Fotos: Paula de Andrade (paula@soscorpo.org.br)

Assembléia de Mulheres do FSM 2009



Neste domingo (1/02/09), abrindo a Assembléia das Assembléias do Fórum Social Mundial, em Belém, a declaração das mulheres convocou para o próximo 8 de Março e manifestou-se contra o sistema patriarcal capitalista globalizado: 'O mundo assiste a crises que expõem a inviabilidade deste sistema'.
Declaração da Assembleia de Mulheres
FSM 2009 - Belém, 1 de fevereiro de 2009.

No ano em que o FSM encontra-se com a população da Pan-Amazônia, nós mulheres de diferentes partes do mundo, reunidas em Belém, afirmamos a contribuição das mulheres indígenas e das mulheres de todos os povos da floresta como sujeito político que vem enriquecer o feminismo a partir da diversidade cultural de nossas sociedades e conosco fortalecer a luta feminista contra o sistema patriarcal capitalista globalizado.

O mundo hoje assiste a crises que expõem a inviabilidade deste sistema. As crises financeiras, alimentar, climática e energética não são fenômenos isolados, mas representam uma mesma crise do modelo, movido pela superexploração do trabalho e da natureza e pela especulação e financeirização da economia.Frente a estas crises não nos interessam as respostas paliativas e baseadas ainda na lógica do mercado. Isto somente pode levar a uma sobrevida do mesmo sistema. Precisamos avançar na construção de alternativas. Para a crise climática e energética, negamos a solução por meio dos agrocombustíveis e do mercado de créditos de carbono. Nós, mulheres feministas, propomos a mudança no modelo de produção e consumo. Para a crise alimentar, afirmamos que os transgênicos não representam uma solução. Nossa proposta é a soberania alimentar e a produção agroecológica. Frente à crise financeira e econômica, somos contra os milhões retirados dos fundos públicos para salvar bancos e empresas. Nós mulheres feministas reivindicamos proteção ao trabalho e direito à renda digna.

Não podemos aceitar que as tentativas de manutenção desse sistema sejam feitas à custa de nós mulheres. As demissões em massa, o corte de gastos públicos nas áreas sociais e a reafirmação desse modelo produtivo afeta diretamente nossas vidas à medida que aumenta o trabalho de reprodução e de sustentabilidade da vida.

Para impor seu domínio no mundo, o sistema recorre à militarização e ao armamentismo; inventa confrontações genocidas que fazem das mulheres botim de guerra e sujeitam seus corpos à violência sexual como arma de guerra contra as mulheres no conflito armado. Expulsa populações e as obriga a viver como refugiadas políticas; deixa na impunidade a violência contra as mulheres, o feminicídio e outros crimes contra a humanidade, que se sucedem cotidianamente nos contextos de conflitos armados.

Nós feministas propomos transformações profundas e radicais das relações entre os seres humanos e com a natureza, o fim da lesbofobia, do patriarcado heteronormativo e racista. Exigimos o fim do controle sobre nossos corpos e sexualidade. Reivindicamos o direito a decidir com liberdade sobre nossas vidas e territórios que habitamos. Queremos que a reprodução da sociedade não se faça a partir da superexploração das mulheres.

No encontro das nossas forças, nós nos solidarizamos com as mulheres das regiões de conflitos armados e de guerra. Juntamos nossas vozes às das companheiras do Haiti e rechaçamos a violência praticada pelas forças militares de ocupação. Nossa solidariedade às colombianas, congolesas e tantas outras que resistem cotidianamente à violência de grupos militares e das milícias envolvidas nos conflitos em seus países. Nossa solidariedade com as iraquianas que enfrentam a violência da ocupação militar norte-americana. Nesse momento em especial nós nos solidarizamos com as mulheres palestinas que estão na Faixa de Gaza, sob ataque militar de Israel. E nos somamos a todas que lutam pelo fim da guerra no Oriente Médio.Na paz e na guerra nos solidarizamos às mulheres vitimas de violência patriarcal e racista contra mulheres negras e jovens.

De igual maneira, manifestamos nosso apoio e solidariedade a cada uma das companheiras que estão em lutas de resistência contra as barragens, as madereiras, mineradoras e os megaprojetos na Amazônia e outras partes do mundo, e que estão sendo perseguidas por sua oposição legítima à exploração. Nós somamos às lutas pelo direito à água. Nós nos solidarizamos a todas as mulheres criminalizadas pela prática do aborto ou por defenderem este direito. Nós reforçamos nosso compromisso e convergimos nossas ações para resistir à ofensiva fundamentalista e conservadora, e garantir que todas as mulheres que precisem tenham direito ao aborto legal e seguro.

Somamo-nos às lutas por acessibilidade para as mulheres com deficiência e pelo direito de ir e vir e permanecer das mulheres migrantes.

Por nós e por todas estas, seguiremos comprometidas com a construção do movimento feminista como uma força política contra-hegemônica e um instrumento das mulheres para alcançar a transformação de suas vidas e de nossas sociedades, apoiando e fortalecendo a auto-organização das mulheres , o diálogo e articulação das lutas dos movimentos sociais.

Estaremos todas, em todo o mundo, no próximo 8 de março e na Semana de Ação Global 2010, confrontando o sistema patriarcal e capitalista que nos oprime e explora. Nas ruas e em nossas casas, nas florestas e nos campos, no prosseguir de nossas lutas e no cotidiano de nossas vidas, manteremos nossa rebeldia e mobilização.